quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Cabelão em domicílio

Conheça a especialista em megahair que faz a cabeça das famosas

No "Delas.ig"

Quando Taís Araújo apareceu na novela Viver a Vida com aquele cabelão lindo, todo mundo quis saber sobre seus cremes secretos e cuidados especiais. Inocentes que somos, nem nos demos conta que os cachos perfeitos não nasceram de potinhos mágicos, mas das mãos de Nelma Véo, uma das feras em megahair do Rio de Janeiro.

Para contar suas histórias, Nelma nos recebeu na casa de uma amiga, no bairro de São Conrado, Zona Sul do Rio. O sol rachava lá fora enquanto nós tomávamos um cafezinho na sala. Falamos de trânsito, famosos, novelas e, é claro, de megahair.

Sua lista de clientes estreladas é extensa. Da bolsa, ela saca uma "cola" que ajuda a memória e conta: “Fiz Maria Fernanda Cândido, em Capitu; Heloísa Périssé, em Caras e Bocas; Débora Falabella, em JK; Paula Burlamaqui, em América”. E por ai vai.


Com uma amostra do cabelo natural, Nelma busca o megahair perfeito na loja Cariocabelos

Nelma parece ter um carinho especial pelas indianas Maya e Surya, personagens vividas respectivamente pelas atrizes Juliana Paes e Cléo Pires na trama Caminho das Índias. “Essa novela foi uma delícia, tudo de bom”, conta.

“Com a Cléo foi muito trabalhoso. O cabelo dela é maravilhoso, todo espelhado, e a união do megahair tinha que ser perfeita”. Para realizar o trabalho, a cabeleireira passou mais de dez horas na casa da atriz – é assim que ela prefere atender, sempre em domicílio. “Megahair é demorado e muito cansativo, por isso as pessoas se sentem melhor em casa. Elas podem ficar descalças e usar roupas confortáveis. E tem também a questão da alimentação, facilita muito”, diz.

De Christiane Torloni a Malu Mader, a cabeleireira já visitou a casa de muita gente badalada. Moradora de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, ela bate perna para atender a clientela exigente do Leblon, Ipanema, Lagoa e, reduto da TV Globo, Jardim Botânico. “Posso dizer que minhas clientes têm um poder aquisitivo alto. Atendo empresárias e mulheres da sociedade”, conta a profissional.

Nelma tem dezenove anos de profissão. O primeiro trabalho para a televisão veio em 2005, em América. “Foi quando eu conheci a Christiane Torloni. Eu trabalhava em um espaço e acabei fazendo o megahair dela”, lembra. A supervisora de caracterização da Globo, Marlene Moura, gostou do que viu, e muitos convites vieram na sequência.


Cartão de visitas, Nelma não tem. Também não se empolga com a ideia de montar um salão próprio, em endereço fixo. “Só se for na Barra. Mas não sei não, acho que as pessoas gostam do conforto do atendimento em casa. Além de amar demais o que eu faço, acho que esse é o meu diferencial”.

E ela tem razão. O Rio reúne boa parte dos melhores profissionais em megahair do Brasil, que atendem em salões de beleza, com endereço fixo. “Sei de alguns nomes, mas não conheço o trabalho de todos. O Flávio Priscott é incrível. Eu já trabalhei com ele e o megahair é perfeito”, diz. “Tem gente que vem de fora para fazer megahair aqui. Atendo uma cliente de Miami, ela fala que o trabalho do brasileiro é muito mais leve e cuidadoso”.


Bambambãs do megahair em terras cariocas: Tiago Parente alonga o cabelo de Nanda Costa; Flávio Priscott com Letícia Sabatella; e Elza Pontes faz megahair de Gyselle

Dentre as técnicas existentes no mercado, a favorita da especialista é a cola de queratina, que une o cabelo comprado ao natural. Disponível em vários tons, o material possibilita um trabalho mais artesanal. “Dependendo do cabelo, a colagem tem que ser quase fio a fio. Um bom exemplo é o caso do Murilo Rosa, em Araguaia. O cabelo dele é tão fininho que o trabalho teve que ser milimétrico”, lembra. Sim, os homens também fazem megahair. “É pela profissão, mas geralmente eles não têm muita paciência com um corpo estranho na cabeça”.

E se essa conversa toda despertou em você um desejo repentino por longas madeixas, então prepare o bolso. Para ficar bom, o cabelo comprado tem que ser natural, “o que é caro”, avisa Nelma. E o que isso significa mesmo? “Uma cabeça como da Taís Araújo, incluindo mão de obra e compra das mechas, não sai por menos de R$3 mil”. Os homens podem achar loucura, mas, para algumas mulheres, poder jogar o cabelão de um lado para o outro vale ouro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário